Na sessão judiciária de ontem (28), após a apreciação dos processos relacionados, a Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), Carmelita Brasil, anunciou aos demais desembargadores que aquela data selava a despedida do Desembargador Everardo Ribeiro Gueiros Filho.

A presidente proferiu um discurso a Everardo Gueiros. Durante a homenagem, ela frisou “Vossa excelência sai desse egrégio tribunal, certamente, com essa paz de consciência de haver plantado uma semente boa. Que ficará aqui, nas lições de seu voto e na lembrança extremamente agradável do contato com vossa excelência, que é uma pessoa de educação refinada e de uma simpatia inigualável. Nós desejamos que, nas próximas e nas grandes tarefas, ainda a serem desempenhadas por vossa excelência, encontre toda essa plêiade de louvores que nós consignamos ao nos despedir.”

Em seguida, o Desembargador Jackson di Domenico pediu o uso da palavra para também manifestar sua homenagem: “O Desembargador Everardo Gueiros tão brilhantemente nos acolheu quando chegamos aqui, sobretudo por integrarmos, juntos, a classe dos juristas. Quero me somar integralmente à manifestação de vossa excelência.”

Após a manifestação, o Desembargador Carlos Divino Rodrigues também declarou: “Ele deixa muito de si aqui nessa casa. E, que leve de nós a nossa amizade, o nosso reconhecimento, pela sua simpatia e cordialidade. Certamente sentiremos saudades de vossa excelência nessa bancada.”

A Desembargadora Diva Lucy se somou aos demais: “Vossa excelência é, realmente, uma pessoa de educação muito refinada, muito agradável. É uma pessoa que fará falta.”

Em nome do Ministério Público, o Procurador José Jairo Gomes acrescentou: “Queria deixar à sua excelência o nosso abraço, a nossa despedida, o nosso até breve. Certamente, pela proficuidade da advocacia, em algum momento nos encontraremos em algum tribunal. Algumas vezes do mesmo lado. Outras, de lados opostos. Mas, deixando registrado que sempre teremos a oportunidade de aprender um pouco mais com ele.”

Ao final da sessão, emocionado, Everardo Gueiros proferiu seu discurso: “Senhora Presidente, de minha parte, as palavras que a senhora profetizou, realmente me confortam nesse momento. Inicio agradecendo a Deus pela oportunidade de passar por aqui e aos colegas que me ensinaram e me ombrearam. Aos serventuários da casa, que me ajudaram o tempo todo. Eu sempre fui muito bem acolhido por todos os senhores. Deixo, amigos, aqui, os Provérbios 16:11, que dizem o seguinte: “Balanças e pesos honestos vêm do Senhor; todos os pesos da bolsa são feitos por Ele.”

Entre lágrimas, o desembargador acrescentou: "Eu me emociono, não é pela partida, mas por fechar um ciclo e conseguir fazê-lo de forma plena. Com a consciência tranquila de que vi e cumpri meu papel aqui no tribunal. Prestei justiça aos eleitores do Distrito Federal, deixei a minha contribuição. E agradeço a vocês, de coração, por essa oportunidade de terem me ajudado aqui. Logo mais, novos desafios virão e nós nos encontraremos, certamente, agora, comigo do lado de lá do balcão. E vossas excelências, ainda, ministrando justiça: o que fazem muito bem. Eu, aqui, tenho relação pessoal com cada um de vocês e aprendi a admirá-los. Cada um me ensinou um pouco. E eu tava dizendo ao Desembargador Carlos Rodrigues que hoje eu saio do Tribunal com mais senso de justiça do que entrei, porque eu só conhecia uma faceta do tripé da Justiça. Eu só conhecia o lado da postulação. Postulo com muita garra. Acho que fui talhado para isso, para postular. Mas, agora, eu conheço a outra faceta que é julgar. E não é fácil julgar. Não é fácil ter, em suas mãos, as vidas, os sonhos dos outros. Aqui, na Justiça Eleitoral, quantos deles trabalharam a vida toda para ser candidato? Então eu falo isso: eu fiz, aprendi e saio daqui, acho que um pouco mais conhecedor do senso de Justiça. E agradeço, também, às aulas de vossas excelências. Vou terminar minhas palavras com uma música do Milton Santos que eu gosto muito: Encontros e despedidas: “Mande notícias do mundo de lá, diz quem fica. Me dê um abraço, venha me apertar, tô chegando.”