TRE-DF recebe palestra sobre identificação e enfrentamento das formas de discriminação e assédio no trabalho

Aberto ao público externo, o evento segue a Política de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual da Corte. A íntegra da transmissão está disponível no canal do TRE-DF no YouTube

Aberto ao público externo, o evento segue a Política de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Mor...

Nesta quinta-feira (07/03), às 16 horas, a Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual (CPEA), com o apoio da Associação dos Servidores do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (ASTREDF), promoveu a palestra "Identificação e enfretamento das formas de discriminação e assédio no trabalho". Ministrada pela Assistente Social do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) Karla Valle, o evento foi realizado de forma virtual e transmitido ao vivo pelo perfil do Tribunal no YouTube.
A iniciativa integra o rol campanhas de orientação e esclarecimento em relação à discriminação e ao assédio, e acontece na semana de comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Aberta ao público externo, foi voltada a todo o público-alvo do órgão: magistradas, magistrados, servidoras, servidores, colaboradores e jurisdicionados.


A palestra
Mediada pelo Assessor de Comunicação, Fernando Velloso Filho, a mesa de honra virtual do evento foi composta pela Diretora-Geral do TRE-DF, Lúcia Bittar, pela Assistente Social do TRT-RJ, Karla Valle, e pelo Presidente da CPEA, o Juiz Raimundo Silvino Costa Neto.
Na abertura, a Diretora-Geral, Lúcia Carvalho Bittar Yung-Tay, destacou: “É um tema de suma importância no ambiente corporativo e abrange todos os públicos – homens e mulheres, servidores, gestores, autoridades. Todos nós precisamos realmente ter atenção a esse tema, e o TRE está se esforçando ao máximo para dar essa bagagem aos nossos servidores, aos nossos gestores, para que tenhamos paz no ambiente de trabalho.”
Conduzida pela Assistente Social do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), a palestra abordou o tema da identificação e do enfretamento das formas de discriminação e assédio no trabalho.

Principais pontos
A Doutora, Mestre e Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Karla Valle - que atua como Assistente Social do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) - abordou pontos essenciais como o direito à desconexão, o combate ao gerencialismo e a observação do conceito que ela traz de “gestão de pessoas do cotidiano”, segundo o qual se consideram as particularidades do indivíduo e as questões que erigem em torno do trabalho, tais como adoecimentos, problemas pessoais, família, entre outros.
A especialista apresentou fontes qualificadas que destacam a necessidade de diferenciar produtividade e produtivismo, a fim de construir caminhos que não gerem adoecimentos ou legitimem casos de violência, bem como tornem possível diferenciar o tempo de vida e o tempo de trabalho, de modo a considerar as dimensões da individualidade.
Em uma explanação que bordou os diversos campos de intersecção entre o tema e o trabalho, a Assistente Social também destacou que é essencial diferenciar assédio e conflito de trabalho: “Existe assédio moral onde não pode haver conflito. No conflito, a discordância não é velada. Eu não tenho medo de discordar, falar, ponderar. Eu sou tido como um interlocutor legítimo.”
Karla Valle apresentou o conceito de assédio moral dos autores Barreto e Heloani (2018): “conduta abusiva, intencional, frequente e repetida que ocorre no meio de ambiente laboral, cuja causalidade se relaciona com as formas de organizar o trabalho e a cultura organizacional, que visa humilhar e desqualificar um indivíduo ou um grupo, degradando suas condições de trabalho, atingindo a sua dignidade e colocando em risco a sua integridade pessoal e profissional.” E pontuou uma das formas de detectá-lo: “A intencionalidade é constatada pela repetição e duração do ato.”
Ao final da palestra, o Presidente da CPEA, o magistrado Raimundo Silvino, acentuou: “Reconhecer o assédio é difícil, como você falou na sua palestra, porque às vezes ele acontece de forma muito insidiosa, muito dissimulada. Então nós temos que saber como acolher também a vítima. Eu gostei muito quando você falou que o viés de que a gente sempre parte do pressuposto do violador, de tentar compreendê-lo e a vítima fica quase que em segundo plano. Então eu acho que o próximo passo para a gente tentar avançar muito é essa questão do acolhimento.”
O Assessor de Comunicação do TRE-DF, Fernando Velloso, afirmou em sua exposição final: “Tive a oportunidade de palestrar e falar sobre esse assunto em algumas ocasiões e me solidarizo nesse conteúdo muito rico trazido pela senhora. E, como disse, ele precisa ser falado. Durante muito tempo, ele ficou velado, implícito, e alguns incômodos foram surgindo e não se sabia bem o que fazer, mas infelizmente isso está agora nas pautas dos Tribunais e na preocupação do combate, do enfrentamento, mas eu sempre digo que o melhor dos mundos é chegarmos àquela situação em que haja conscientização para que isso não aconteça.”


Confira as dicas deixadas pela Doutora Karlla Vale para auxiliar no combate à violência, tanto às pessoas alvo do assédio, quanto àqueles que presenciam os atos:
Pessoa alvo - O que fazer
-Buscar auxílio médico, psicológico;
-Na vida profissional, o alvo do assédio deverá buscar ser o mais correto possível quanto a execução das tarefas, cumprimento de horários e comportamento (mecanismo de autoproteção);
-Evitar ficar sozinho/a com a pessoa agressora;
-Cobrar feedbacks concretos: não concordar com críticas genéricas e subjetivas (é preciso esclarecer o cerne profissional da crítica);
-Não devolver as agressões na mesma moeda;
-Resistir à tentação de se isolar;
-Não assinar avaliações e documentos com os quais não concorde;
-Buscar apoio familiar e/ou de vínculos afetivos.


Para a pessoa que presencia - O que fazer
-Questione, reservadamente, se a pessoa alvo deseja o seu auxílio caso a situação se reitere;
-Ao presenciar a cena, chame a pessoa alvo para realizar alguma atividade (como tomar um café, ir ao banheiro, ou até ajudá-la com alguma tarefa profissional). O importante é que a pessoa alvo perceba que alguém notou a situação inadequada. Por vezes, esse simples ato já se constitui em um freio ao comportamento inadequado.
-Em situações discriminatórias públicas, a exemplo de piadas grosseiras, manifeste o seu desacordo espontaneamente, de forma polida. Diga que achou o ato/fala inadequado e/ou inapropriado.
-Não tente ser "equilibrado" entendendo o "lado da pessoa", isso só aumenta a injustiça;
-Estimule a busca de atendimento médico e psicológico por parte da pessoa alvo (suporte + prova de danos psíquicos e físicos);
-Se disponibilize como testemunha.


Clique aqui para assistir à transmissão do evento na íntegra.


Mais sobre a palestrante
A Doutora Karla Fernanda Valle é Assistente Social do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), lotada na Coordenadoria de Saúde desde dezembro de 2011, e supervisora de campo de estágio curricular em Serviço Social desde 2015.
Doutora, mestre e bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela foi professora do curso de Serviço Social da UNIABEU - Centro Universitário entre 2010 e 2013.
Entre março de 2018 e dezembro de 2019, atuou como professora substituta do Departamento de Fundamentos de Serviço Social da Escola de Serviço Social da UFRJ.
Foi Ouvidora Externa da GIZ Brasil para casos de violência laboral, assédio sexual e assédio moral de 2019 a dezembro de 2021.
Atualmente, suas principais áreas de atuação são: serviço social, gerencialismo, mundo do trabalho, saúde do trabalhador, violência laboral, assédio moral, assédio sexual e sofrimento no trabalho.


Certificados e Apoio ASTREDF
Uma lista de frequência foi divulgada durante a transmissão a fim de obtenção de certificado de participação. Aos servidores do TRE-DF, a certificação é válida para fins de obtenção de Adicional Qualificação (AQ).
A Associação dos Servidores do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (ASTREDF) sorteou fone de ouvido bluetooth ao final da transmissão para a audiência.

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